25.12.08

No title

00:01.
ainda penso no quero escrever, no que minhas mãos se esforçam a traduzir, quais emoções elas querem expulsar.
26 de dezembro. Quando comecei a assisitir os filmes ainda era dia 25. Histórias de amor, uma clássica outra moderna. Palavras rebuscadas, amor quase irreal. Sem toques, apenas um beijo. Urgência de amor, urgência de amar. Orgulho e preconceito (e ainda insisto em achar que o nome do filme é Crime e Castigo) me fez pensar num amor que não existe ou que não deixam existir, num amor tão lindo que a gente se conforma de ser irreal.
Ainda 25 de dezembro. Resolvo assistir P.S.: I Love You (sim, eu poderia escrever P.S.: Eu te amo, mas acho que o amor e os dramas ficam tão charmosos em inglês, que preferi manter o idioma original do filme). Achei que não ia gostar, ou que não teria nenhum grande sentimento despertado depois de um filme tão estonteante, com belos diálogos e num inglês tão puro e perfeito de 1700 e alguma coisa. I was completely wrong. O inglês mais xulo, viciado e atual tocou meus sentimentos mais atuais. O amor interrompido, o sonho não continuado, a necessidade de recomeçar a cada dia, a necessidade de aproveitar a vida, a necessidade de ter prazer, sem querer controlar o incontrolável.
Após algumas lágrimas derramadas, agora com um chá quente de camomila aquecendo minha garganta ardendo com o choro reprimido, tento desabafar alguma coisa a qual não sei dar nome.
Solidão, medo, dúvida...uma mistura disso tudo me coloca no final da fila das contempladas com uma linda e romântica história de amor.
Lembro que a vida não é um filme, necessariamente, com o final que a gente acha que ele deva ter...mas eu nem cheguei no final ainda. Pelo menos acho que não...
Mas voltando ao prazer...tenho certeza de que é isso que irá me salvar. Afinal, tive um dia tão divertido. Foi um dia agradável na companhia da minha família e me sinto feliz por poder desfrutar disso. Penso que o prazer está nesses momentos agradáveis a que a gente vivencia no dia-a-dia e a gente insiste em não reconhecer quão agradáveis são esperando que algo magnífico aconteça, tire seu fôlego e faça tremer suas pernas.
E eu ainda fico me perguntando quando, de fato, vou aprender a colher o dia...
Isso faz algum sentido ou é o efeito das minhas emoções confusas?!

10.12.08

tudonovodenovo?

Recomeçar. Re-investir.Re-entregar.
Relaxar.Re-descobrir.Re-iludir. Re-inventar.
Re-magoar.Re-sofrer.Re-acabar.

Estou tentando achar a graça de recomeçar...

7.12.08



Dizem que a fé é cega. É, deve ser. Ela deve ter se perdido nesses caminhos tortuosos, nesses conflitos imbecis, nas conversas excedidas, nos silêncios não respeitados, nos beijos não trocados, nas palavras não ditas.


Ou ditas. Tão confusamente ditas, que deixaram cicatrizes, feridas abertas.



E é tão ridículo pensar que em pleno século XXI a humanidade ainda não tenha aprendido a se comunicar com clareza. Diálogo sadio e sincero.

Talvez esse seja o grande aprendizado, o caminho da libertação.

Se é que o ego permite isso.

1.12.08

Tudomuitoóbvio

Acho meus textos muito óbvios.
Talvez porque minhas questões sejam óbvias demais.
Será?
Crisis!

30.11.08

...

Ela não queria ir ao cinema com ele. Mentiu mesmo, é verdade. Após 45 minutos no playground do seu prédio esperando, arrumada, perfumada, bonitinha, ela se dava conta a cada segundo que passava que não queria sair com ele. Não queria ir ao cinema, não queria comer temaki, não queria forçar sua barra. Ela não queria. Não, não tinha nada a ver com ele. Quer dizer, tinha. Mas não era com ele, assim, a culpa não era dele. Só não tava com vontade de fazer carinha de tátudobemcomigo e não estar. Não queria ter que se esquivar de qualquer tentativa dele de pegar na mão dela, de tentar um beijo...não, ele não merecia isso. Ela não sabia se ele entendia, mas nesse momento estar sozinha era a única coisa que a faria sentir tranqüila, em paz. Era apenas no silêncio que ela conseguia recuperar suas energias. Era apenas no seu silêncio que ela conseguia se reestabelecer.

29.11.08

Colhe o dia - A tatoo

Resolvi anotar no meu braço....humm, mais especificamente tatuar no braço "Colhe o dia", pra não correr mais o risco de esquecer de viver cada dia de uma vez, com suas dores e delícias, paciência e impaciência, medo e coragem, com vontade!



Carpe Diem = Colhe o dia!

Ah! Já ia esquecendo...doeu sim, muiiiiito...por enquanto será minha 1ª e última tattoo...hehehehe.








27.11.08

Se tudo pode acontecer...

Ilustração: Vânia Medeiros

Se tudo pode acontecer
se pode acontecer qualquer coisa
um deserto florescer
uma nuvem cheia não chover

pode alguém aparecer
e acontecer de ser você
um cometa vir ao chão
um relâmpago na escuridão

e a gente caminhando
de mão dada de qualquer maneira
eu quero que esse momento dure a vida inteira
e além da vida ainda
de manhã no outro dia

se for eu e você
se assim acontecer

se tudo pode acontecer…
(Arnaldo Antunes)

26.11.08

Conversa de MeSseNê...

Bruxinha Boa diz:
- Optei por me afastar, dar um tempo... ele tá numa fase muito complicada, profissionalmente falando.
E eu digo verdades doídas p qq um. Uma amiga minha disse q eu tô destruindo a auto-estima dele... talvez seja verdade... uma reação antecipada à possibilidade dele ferir a minha.
Seja como for, no momento , não é algo saudável.

Lua diz:
- Com certeza!
Eu tava assim tbm..completamente na defensiva e aí a gente age se antecipando a algum ruim.
Obviamente, nossas palavras n serão as mais doces.
Mas n é saudável mesmo...a gente sofre com o antes, o durante e o depois.
Melhor deixar o universo ditar o roteiro e a gente se emocionar no final.
Seja essa emoção boa ou ruim...

D...

Desconcentração.
Desatenção.
Dispersão.

Desvio minha atenção pra ti e você nem dá a mínima.

24.11.08

Os dramas só mudam de endereço

Cenário: Cozinha de uma casa americana (mas poderia ser em uma brasileira...)

Roteiro:
- Estou só perdendo a fé na humanidade.
- Pode resumir isso pra mim?
- Só estava pensando se...duas pessoas podem ficar juntas para sempre.
- Como casais?
- É, tipo, pessoas apaixonadas.
- Está tendo problemas com garotos? Porque, tenho que ser honesto, não aprovo muito você namorar na sua condição...é meio desordenado.
- Não pai, não é...
- Isso é meio vadio...Não é como vocês, garotas, chamam...vadio...fácil.
- Por favor, pare.
- Deixar rolar...
- Não é disso que estou falando.
- Só preciso saber se é possível para duas pessoas ficarem juntas, felizes para sempre.
- Não é fácil, com certeza. Não diria que é o melhor recorde, mas eu e sua madrasta estamos juntos por 10 anos até agora e tenho orgulho de falar que somos muito felizes.
Olha, na minha opinião, ache uma pessoa que a ame do jeito que você é. Bom humor, mau humor, feia, bonita, bonito, o que tiver.
A pessoa certa ainda achará que o sol faz sua bunda brilhar.
Este é o tipo de pessoa que vale se amarrar.

Trilha:

22.11.08

Experiência [quase] antropológica

A 25 de março que me perdoe, mas a nossa Avenida Sete (Seven Avenue para os mais íntimos) é show de bola. Circular pelas ruas do Centro de Salvador, no coração do comércio popular, é um experiência quase antropológica. Gente de todas as cores, perfis, estilos e gostos. Gente simples, gente complicada, gente educada e mal-educada. Gente que se bate e pede desculpas, gente que te atropela e nem olha pro lado. Tem até gente disposta a compartilhar um pedaço do seu acarajé só pra dar uma paqueradinha (que o diga minha irmã! hehehehe). E é um delírio de vida pensar que alguém pode seduzir o outro lhe oferecendo um pedaço do acarajé quase ao final. Argh!

E daí você entra numa loja de bijoux e pesquisa peças ao som de um hit instrumental natalino em ritmo de pagode. Quando você cruza uma das calçadas repletas de bancas oferecendo de equipamentos eletrônicos a calcinhas, sutiãs e até perucas (material de primeira pra mona nenhuma botar defeito!), você ouve de longe um sonzinho que se aproxima, vai ficando mais forte e conhecido e você controla o quadril pra ele não entrar no ritmo do arrocha. Mas também tem bancas de DVDs de Hip hop, filmes cults e pornôs.

Tem de um tudo nas ruas do centro de Salvador. Mas o mais gostoso desse clima de uma efervescente bagunça comercial é exercitar a paciência garimpando as pérolas que as lojas sem grandes nomes e marcas e até os camelôs oferecem. E descobrir que o mal-vestir não é uma questão de falta de grana, mas do excesso de non-sense da galera.

Pérolas do garimpo

3,79m de seda com poliéster = R$ 11
1,92m de brim = R$ 13
Camiseta básica = R$ 8
Chapéu Panamá = R$ 6
Uma tarde vendo vitrines, futucando balaios e conversando com os comerciantes não tem preço!

21.11.08

Colhe o dia


"Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã
Não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses
darão a mim ou a você, Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia
não brinque. É melhor apenas lidar com o que se cruza no seu caminho
Se muitos invernos Jupiter te dará ou se este é o último,
que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar
Tirreno: seja sábio, beba o seu vinho e para o curto prazo
reescale as suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento
está fugindo de nós. Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã."

["Odes" (I, 11.8) do poeta romano Horácio (65 - 8 AC)]


Em latim:


"Carpe diem quam minimum credula posteroTu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibifinem di dederint, Leuconoe, nec Babyloniostemptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,quae nunc oppositis debilitat pumicibus mareTyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevispem longam reseces. dum loquimur, fugerit invidaaetas: carpe diem quam minimum credula postero."


Do I have to say anything more?!

19.11.08

Bem-vinda, borboleta!

Mexeu de um lado. Mexeu de outro. Rasgou a pele. Nem doeu.
De repente, parte da asa se libertou. Sentiu o ar fresco tocar-lhe suavemente e tomou coragem para terminar de rasgar aquela pele que lhe acolhera por tanto tempo.
Pronto.
Uma asa estava livre. Agora precisava partir para o outro lado.
Puxou, esticou, respirou...outra asa libertada!
Faltava um pouquinho de coragem pra rasgar o restante da pele, mas sem pensar muito sobre o que lhe aguardava lá fora, despiu-se da penugem que cobria-lhe o corpo.
Respirou fundo e abriu os olhos. Bateu uma asa, bateu a outra. Caiu no chão.
Tentou novamente e saiu do chão, mas caiu novamente.
Fechou os olhos, lembrou dos momentos de desenvolvimento no seu querido casulo, nas dores e alegrias.
Bateu uma asa, bateu a outra e vôou.
A borboleta nem sabia que estava iniciando mais uma linda jornada.