22.11.08

Experiência [quase] antropológica

A 25 de março que me perdoe, mas a nossa Avenida Sete (Seven Avenue para os mais íntimos) é show de bola. Circular pelas ruas do Centro de Salvador, no coração do comércio popular, é um experiência quase antropológica. Gente de todas as cores, perfis, estilos e gostos. Gente simples, gente complicada, gente educada e mal-educada. Gente que se bate e pede desculpas, gente que te atropela e nem olha pro lado. Tem até gente disposta a compartilhar um pedaço do seu acarajé só pra dar uma paqueradinha (que o diga minha irmã! hehehehe). E é um delírio de vida pensar que alguém pode seduzir o outro lhe oferecendo um pedaço do acarajé quase ao final. Argh!

E daí você entra numa loja de bijoux e pesquisa peças ao som de um hit instrumental natalino em ritmo de pagode. Quando você cruza uma das calçadas repletas de bancas oferecendo de equipamentos eletrônicos a calcinhas, sutiãs e até perucas (material de primeira pra mona nenhuma botar defeito!), você ouve de longe um sonzinho que se aproxima, vai ficando mais forte e conhecido e você controla o quadril pra ele não entrar no ritmo do arrocha. Mas também tem bancas de DVDs de Hip hop, filmes cults e pornôs.

Tem de um tudo nas ruas do centro de Salvador. Mas o mais gostoso desse clima de uma efervescente bagunça comercial é exercitar a paciência garimpando as pérolas que as lojas sem grandes nomes e marcas e até os camelôs oferecem. E descobrir que o mal-vestir não é uma questão de falta de grana, mas do excesso de non-sense da galera.

Pérolas do garimpo

3,79m de seda com poliéster = R$ 11
1,92m de brim = R$ 13
Camiseta básica = R$ 8
Chapéu Panamá = R$ 6
Uma tarde vendo vitrines, futucando balaios e conversando com os comerciantes não tem preço!

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