23.10.09

Parece que agora as coisas estão voltando a fazer um pouco mais de sentido.
As plantas parecem estar mais vivas, o céu um pouco menos nublado, minha cabeça bem menos confusa.
Não há assombrações do passado atormentando meus pensamentos, nem grandes histórias perfeitas iludindo o meu futuro.
Não há muitos pensamentos agora. Só os momentos, vividos um de cada vez.
Sem atropelos, mas ainda com um tanto de ansiedade. Inconsciente, é verdade. Mas cada músculo tenso do meu corpo revela que ainda há um caminho a percorrer.
E no meio dessa história toda as coisas que fazem sentido me fazem pensar que há uma saída, que alguma chave ainda vai abrir as portas do quartinho sereno que eu tenho aqui dentro.

2.10.09

Sabe quando parece que o mundo para , como a tela de um filme congelado? E você não consegue saber se foi o relógio do mundo que quebrou ou se o mestre do tempo deixou de te incluir na programação? Nada acontece, o vento não sopra, o coração não bate, a música não toca, só uma coisa acontece: um pensamento martelando no fundo da consciência sobre como essa paralisia dura uma eternidade.

E esse momento cresce, o peito fica abafado, sensação de falta de ar. Um desânimo por vezes bate à porta. Não abro e ele recua. A tristeza também vem e finjo que não vejo. E é como se uma câmera girasse 360 graus em volta de mim captando cada imobilidade do meu corpo. O cabelo não balança, o diafragma não se movimenta, o olho não pisca. Parece que a corda do relógio do mundo quebrou e ninguém sabe quando vão consertar.